terça-feira, 20 de maio de 2008

O império dos sentidos

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Existe um tipo de gosto que nos aproxima imperceptivelmente do que temos à nossa frente, como se nos empurrasse para dentro dessa película transparente a que chamamos de pele. Movidos por uma força invisível que nos impele para, quase sem pestanejar, encerramos de mansinho o corpo na alma. Sem nos apercebermos, o poder dos sentidos ganha intensidade à medida que liquidamos o espaço entre um acontecimento e o que lhe sucede. O ouvido ouve, o gosto gosta, o olfacto cheira, o tacto apalpa, mas os olhos não se limitam apenas a olhar. Nesse mesmo corpo que eles conhecem, limitado e rodeado por tantas outras coisas, absorvem o sangue da alma e a tinta do coração, regressando onde tudo começa, à primavera dos sentidos.

4 comentários:

R. disse...

quem sente é filho de boa gente (acho que alterei o sentido deste provérbio)

;P

Lord of Erewhon disse...

Um filme maior - incompreendido pelos analfabetos que confundem a grande arte com a punheta.

black puss in white boots disse...

Risos :) soa bem melhor assim.
Blackiss vertigo*

black puss in white boots disse...

De facto é um excelente filme lord, sobretudo a parte em que Kichizo se deixa estrangular pela sua companheira, que o castra como um gesto derradeiro de mortificação.