Suave como o véu que veste a noite, amarrotado no corpo de alguém. Demorado como as marcas do tempo acossadas na pele. Um pedaço de lua que se deita na cama e rebola nos sorrisos contorcidos para não cair de repente. No quarto, um perfume conhecido percorre-lhe o corpo, um paladar premeditado escapa-lhe ao olfacto. Só assim, a tocar...sem mais nada. No escuro das bocas cúmplices, como dos olhos fechados, o quarto ri-se devagarinho. Substâncias que se colam e se confundem, correntes de ar que passam para não morrermos de sede e sangue que muda de direcção sem aviso. Esperar. Como quem sobrevive na ponta fina dos dedos. O sabor doce do silêncio.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
ai no escurinho...;)
Há silêncios que por vezes são necessários... mas eu não gosto, nada.
Prefiro concentrar-me nesses momentos no respirar profundo, naquele barulho da cama que range com os corpos nela deitados, o vento que sibila lá fora... um silêncio com sons. Só nesse
é posivel eu estar... e aí sim, é doce, muito doce.
red kiss to you!!
Tu também viajas nos sentidos blackpuss... Sweet taste of silence!
Um graaaaande beijo viajante... muito sentido!
Há sempre uma luz que brilha no escurinho. O luar é sempre intenso :)
Blackiss, noivo
São pequenos silêncios que entoam uma sinfonia encantada num abraço apertado.
Blackiss red ;)
Um silêncio dormido, acordado, contido ou sentido. É sempre vivido.
Blackiss sweet viajante ;)
Do silêncio só gosto de roubar o que não tenho. Porque o perfume e o paladar do silêncio, tanto revolvem lençóis como os cabelos precisam de ser afagados.
E do escuro prefiro a penumbra, um fio de luz que permita a silhueta, os lábios com uma gota de algo e o isqueiro em cima de uma mesa indiana.
Depois, a lua completará as claridades que preciso. E o quarto permanecerá em silêncio enquanto eu me rio devagarinho.
E sem esperar, sem sair daqui, voo.
Von
"It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good"
(Nina Simone)
Enviar um comentário