Um ser humano igual sob todos os horizontes será um robot sem personalidade, um ser humano vazio de identidade (Michel Renaud). As novas máquinas cibernéticas procuram imitar o comportamento do cérebro humano, baseado no imaginário da imperfeição do ser humano e na crença da técnica como a única solução para o crescimento da complexidade civilizacional. Entraremos nós neste ciber autocarro telecomandado por tão temível condutor, ou ficaremos à espera de que o Ulisses regresse, concluída a viagem? O homem por muito que se tenha tornado um estranho na natureza, as mudanças sociais tornaram-no ainda mais estranho dentro do próprio mundo social. Depois de criar deuses, o homem não tem o poder de os conservar, a menos que, tal como Fausto de Goëthe, venda a alma ao Diabo em troca da imortalidade do corpo. Em torno dos vários domínios de interacção entre a corporeidade e as possibilidades materiais de incorporação, o corpo assume-se como um acessório (ter) em detrimento da pessoa (ser). Virtualizam-se experiências sensoriais, fundam-se paraísos do nada. Neste habitat da civilização tecnológica, a sociedade humana tende cada vez mais a parecer-se com um formigueiro. Are you came to play? Game over....
quinta-feira, 17 de abril de 2008
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6 comentários:
"Are you came to play? Game over..." Estes finais de post têm tanto de enigmático como de inspirador.
E como é minha convicção, para não dizer essência, manter e partilhar a ponte entre o cibernético e o orgânico, deixo alguns véus para serem levantados ou simplesmente arrancados.
Von
http://www.imeem.com/tootels/music/TXtq-BhF/the_balanescu_quartet_robots/
http://www.imeem.com/tootels/music/6gT675Ks/the_balanescu_quartet_pocket_calculator/
http://www.imeem.com/people/ZjC-sO/music/0FVmNycy/balanescu_quartet_the_model/
http://br.youtube.com/watch?v=3T65NpyfPkQ
Parece ser esse o rumo inevitável... mas um dia espeto com o meu telemóvel contra a parede.
Os pés estão no chão e o cérebro está cada vez mais "ligado"...
penso que este te dirá alguma coisa...
http://decapitated-doll.blogspot.com/2007/07/o-meu-reino-por-uma-tesoura.html
PS - Obrigado pela visita ;)
D.M.
Os véus foram soprados porque estava vento e depois foram rasgados porque estava chuva. Gostei do quarteto não conhecia. Kraftwerk como sempre, fabulosos. Are you a robot? :)
O homem contra a máquina, numa parede perto de si, com direito a pipocas e sem controlos remotos.
Gostei da tesoura que decapita bonecas mecânicas. Os pés estão no chão, mas já lhe cresceram umas raízes sem fios ;)
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